MEDICINA, AMOR E HUMANITARISMO
O apóstolo João, na sua epístola universal, escreveu que DEUS é AMOR, estabelecendo uma meta para o homem conhecê-lo. Quando JESUS pronunciou esta palavra, todos os povos estremeceram diante da força moral que possuía e da esperança que nascia em cada ser, consignando na vivência deste sentimento sublime o roteiro seguro para a conquista da felicidade duradoura e da paz da consciência.
A medicina é, acima de tudo, a ARTE DE AMAR, pois, o contato permanente do médico com as inúmeras enfermidades do ser humano, quer sejam no corpo, na mente ou na emoção, transformam-no, na maioria das vezes, após a confiança em Deus, na última esperança de cura ou alívio de seus sofrimentos. Não é por acaso que o Código de Ética Médica tem como princípios fundamentais mais importantes que “o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional” e que “o médico deve guardar absoluto respeito pela vida humana…”, estabelecendo diretrizes humanitárias fundamentadas na dedicação e no respeito pela vida pela dignidade humana. É na relação médico-paciente onde o médico tem a oportunidade sublime de exercitar um dos mais belos e grandiosos ensinamentos que a humanidade já recebeu, quando Jesus, médico de corpos e de almas, recomendou-nos o AMOR ao PRÓXIMO como o caminho seguro e direto para a realização do reino divino em nós mesmo. Pois, nas atividades profissionais do médico, o próximo mais próximo é o seu paciente, ou seja, um ser humano cheio de necessidades e angústias, carente de atenção e carinho, merecedor de toda a nossa benevolência e respeito, mesmo que seja pela simples condição de ser humano e integrante de uma família universal, cujo único Pai é Deus. Albert Schweitzer, médico e filósofo alemão, escreveu que “a medicina não é apenas uma ciência, mas também a arte de deixar nossa individualidade interagir com a individualidade do paciente”, mostrando a necessidade de uma maior aproximação profissional, onde o médico atue também como amigo, conselheiro e, ás vezes sacerdote, a fim de que a relação de confiança e coragem se fortaleça, determinando maiores e melhores possibilidades de cura e recuperação pelo paciente.
A medicina precisa urgentemente resgatar seu lado humanitário, o que a torna digna da profissão dos deuses, entretanto, é necessário que os seus profissionais não deixem seus corações estiolarem-se diante das inúmeras dificuldades e desafios da profissão, deterioradas pelas más condições de trabalho, pelas constantes lutas de classes e nem sejam seduzidos pelas lutas intermináveis com os gestores da saúde. É necessário implantarmos nas universidades, durante a formação básica do médico, disciplinas que valorizem a importância do humanitarismo nas relações profissionais, antes que o futuro jovem médico seja “engolido” pelos vícios e pelas circunstâncias de trabalho. Que sejamos todos envolvidos pelo pensamento amorável de Jesus e renovarmos as disposições de serviço, como verdadeiros apóstolos da medicina no campo do bem, trabalhando com devotamento, honestidade, sinceridade e amor na “seara divina” onde o criador convidou-nos a servir. O que importa na vida é o quanto de AMOR colocamos em tudo que fazemos.
CARLOS ROBERTO DE SOUZA OLIVEIRA CRM-3914
ANESTESIOLOGISTA
Presidente da Associação Médico-Espírita de Campina Grande